labrys, études
féministes/ estudos feministas editorial
Dez números, cinco anos de publicação semestral regular, a revista Labrys continua a tentar quebrar as barreiras linguísticas, as fronteiras culturais, para expor o que de fato conjuga os feminismos: o desejo de mudança, de transformação das relações humanas, dos imaginários sociais, das representações que instituem práticas bloqueadoras do dinamismo social e assim cimentam as raízes das hierarquias. Já não suportamos mais as desigualdades, mulheres quebradas em seus corpos, destituídas da estima de si, sem perspectivas, às vêzes, além da submissão à escravidão sexual - a prostituição - à procriação sem limites, à heterossexualidade normativa e compulsória, contidas em sua criatividade, amarradas aos papeéis "naturasi", apagadas do mundo, da história, do conhecimento, da açãopela palavra ou silêncio de outrem . As mulheres, todas, dizemos BASTA! Nesta época de imigrações cruzdas, de choques culturais, as mulheres são os alvos princiapi: no Canadá, por exemplo, discute-se uma possível aceitação da poligamia ou da lei da Charia para imigrantes vindos de países onde as leis são feitas CONTRA as mulheres; na França, a questão do véu, a excisão das meninas francesas, filhas de pais imigrantes ou o rapto de adolescentes para serem casadas à força nos países de origem dos pais mostram que a "diferença" culturasl não passa de uma questão de "diferença de sexos". Tudo pode ser aceito, portanto, em nome da "cultura" e de um espírito dito "democrático", que se dobra assim às formas mais sinistras de opressão das mulheres. Finalmente, não passam de mulheres". Se em nossos países ocidentais, ditos democráticos, as mulheres são ainda e sempre enviadas a "seu lugar", o que não poderemos encontrar nos abismos de silencio que cercam as mulheres destroçadas em guerras de petróleo, de territórios, de religião, entre machos que se matam entre si, ávidos de poder ? A intervençaõ feminista pode, sim, mudar estas situações, como o vem fazendo há mais de 60 anos, em políticas de coalisão, que apagam as diferenças de objetivos e de práticas. Aponta-se o sujeito-mulher como uma criação social, como um construto que escolhe um detalhe anatômico para criar diferenças e desigualdades, sem esquecer, porém, a experiencia vivida destes seres criados "mulheres".O discurso, aqui, É ação, que aproxima, cria laços, denuncia, instrui, propaga, fortalece, aprofunda o conhecimento de si ; é isto, de fato, o que consideramos os feminismos solidários. Catherine Vidal nos mostra uma perspectiva feminista em biologia, que modifica os dados " naturais" do feminino e do masculino ( página "biologia em crise") As autoras que compõem o dossiê livre discutem as questões que atravessam as teorias feministas hoje: sexualidade, identidade, violência, os limites da categoria gênero,os obstáculos linguísticos que hierarquizam a produção feminista em torno da língua inglesa. , A revista Labrys, aliás, tenta quebrar este " imperialismo" da língua inglesa publicando em várias línguas latinas,( e também em inglês) para instigar o esforço de uma leitura em múltiplos registros. O dossiê " feminismos na Espanha" oferece-nos assim este desafio e expõe a pluralidade dos feminismos neste país onde, "mujeres libres" já tomaram a palavra na Guerra Civil da década de 1930. Os embates em torno da heteronormatividade, as margens corporais são objeto do dossiê " gênero, corpo, sexualidade" que oferece-nos igualmente resultados de pesquisa no campo das representações sociais do feminino. O dossiê "leituras", como de hábito, aponta para links e publicações, de interêsse especail se feliz 2007 a todas e boa leitura! anahita (tania navarro swain- pour les éditeures)
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